Sunday, March 15, 2009

Antonieta

Havia sol, mato, o dia estava ameno e as nuvens brancas, a rapariga de all-star vermelho, escrevia sobre a personagem Antonieta era demasiadamente intrigante escrever com as folhas da árvore envelhecida se misturando ao lirismo das páginas e dos tinteiros límpidos, e assim inicia o conto da garota que se esconde num cômodo intimo.
A verdade é que existe um quarto dentro da personagem Antonieta, as paredes deste carregam três cores, uma vermelha, a outra branca e última era preta. Havia uma janela que era capaz de refletir a luz solar com ela a garota clareará suas subjetividade, mas dentro deste cômodo existia um criado mudo de madeira antiga, que apesar da mudez conseguia absorver todos os sentimentos, e estes ficavam escondidos nas gavetas envelhecidas.
Antonieta escondeu seus segredos e amores na tinta vermelha, na camuflagem de seus versos, escondeu os beijos e tranco-os na primeira gaveta, de um modo romântico, dualista e infantil. As fábulas de príncipes e Romeu já não lhe fascinam mais, infelizmente. Esta rapariga entrou para o mundo real fechou a gaveta dos contos de fadas de um modo brusco, que os barulhos da realidade lhe assustam, a garota sentiu desejos e os calafrios. Porém por trás das virtudes humanas existe o medo de se entregar loucamente, a realidade a surpreende de um modo belo, porém cruel, as traições da vida urbana lhe assua e sua boca fica seca, ás vezes trinca, mas não chega a sangrar, o sangue esta todo concentrado no tinteiro vermelho.
A cor branca por mais absurdo que parece causa calafrios em Antonieta, está cor é capaz de refletir todos os sentimentos, todas as dores, desde as mais singelas as mais corrosivas, o branco faz ela se lembrar da parede de um hospital, que se tornam pretas com o falecimento de entes realmente queridos. Porém a cor escura a faz ter nostalgia, lembranças, talvez à escuridão seja capaz de absorver todos os sentimentos bons, e não senti isso com a cor branca, tem raiva e ódio desta. O porquê de tanta raiva está revelado na segunda gaveta do cômodo mudo de um modo intimo, é quase um segredo.
E o criado mudo, que apesar de envelhecido, possuía apenas três gavetas a primeira guardava as virtudes da parede vermelha, a segunda guardava os mistérios da cor branca e ora oscilava com a obscuridade da morte, e a saudade de entes que um dia foi belo.
Havia a última gaveta e nesta estavam todos os rabiscos de Antonieta, entre estes se encontravam escritos íntimos, quadrinhos da Mafalda, algumas fotos antigas, bonecas envelhecidas, porcelanas quebradas, príncipes e princesas em folhas oxidadas, manchadas e apagadas.
A bolha de sabão da infância Antonieta mudou de cor, de tamanho e explodiu, de um modo demasiadamente belo e doido. E o silêncio do criado mudo absorveu todas as virtudes desta personagem que ora é interessante, ora tímida.

Ana Luísa Nardin

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